quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

Calor, pingüins e romãs.

A cidade ferve num dos dias mais quentes do ano. Em algum lugar do mundo, as geleiras derretem. Enquanto isso, meu vizinho escuta funk.
Sempre que o calor do Rio de Janeiro bate recordes eu tenho a impressão de sentir meu cérebro mais lento. Não é uma boa hora para escrever nem pra conversar, acabo falando mais do que deveria e descontando nas pessoas a minha volta, mas ficar sem ventilador (o meu pifou) num calor de 40ºC e escutando "Tremendo Vacilão" está me tirando do sério. Tenho vontade de escrever, mas o máximo que conseguirei serão palavras desconectas e vazias. É o calor, minha gente, é o calor.
Enquanto nós, pobres mortais, fritamos nessa cidade até o fim do verão, a Gabi vai para a Patagônia. Sorte a dela, não é mesmo? Além de conhecer alguns pingüins (animais muito simpáticos, diga-se de passagem) e brincar na neve, terá a chance de conhecer o frio antes que ele deixe de existir. Afinal, o aquecimento global está assustador. Imaginem que daqui a alguns anos o verão será mais quente. Isso mesmo, mais quente que hoje, ontem e anteontem. Não é pavoroso? Imaginem agora que, com esse calor todo, pingüins não sobreviverão. Um mundo sem pingüins é terrível! Aquelas aves adoráveis que parecem trajar roupas de festa, escorregam de barriga no gelo e andam de forma gozada estão correndo sérios riscos de virar lenda.
E com a Gabi viajando para o gelo, eu vou acabar ficando em casa até o ano que vem. Assim sendo, mal posso esperar pelo fim do verão e o início de 2007. Curiosamente, embora não goste de Natal, adoro anos novos. Sinto que há toda uma página em branco para ser escrita e tenho esperança de que as coisas irão melhorar. Quem sabe até lá já tenhamos consciência ecológica e, talvez, realizaremos o desejo que fizermos ao morder a romã e comer as uvas na meia-noite do dia primeiro.

Pelo andar da carruagem, desejarei paciência.

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