Não devia escrever agora!
Não devia!
Apenas vinte e quatro horas
compõem o meu dia.
Quiçá com trinta e seis finalmente eu dormisse oito;
Capturando em sonhos as idéias ao léu
para proporcionar à escrita o seu esquisito coito:
Caneta sobre papel.
Quiçá com setenta e duas eu matutasse quatro,
afastando (quiçá, quiçá) o egocentrismo crasso
que corrói qualquer súbita visão idônea
com o fatigante ser-ou-não-ser da insônia.
O fato é que meu dia tem apenas vinte e quatro horas,
e três vezes oito não me bastam;
Fossem um pouquinho maiores, meu Deus,
saciar-me-iam.
Dê-me!
Dê-me?
Mas que direito tenho
de pedir outro bocado de Tempo,
se o (pouco) Tempo que Tu me dás
é tão encantadoramente escasso?
No fim da conta, minha semana torna-se longa:
Um dia de Ascensão,
cinco horas de Apogeu,
e sete dias de Queda.
(Ouço Tua resposta, num sussurro do Vento: "Paciência, minha filha. Paciência.")
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Thaís de Carvalho promete a si mesma que, a partir de hoje, não se negará o direito à leitura e à escrita.
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4 comentários:
Adoreeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeei! Como sempre! Adoro o q vc escreve SEMPRE!!!
Beijos!
É seu mesmo?
Neurociência que nada. Letras, menina! Adorei.
fuckin' awesome !!
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