Thaís fechou a porta e abriu o livro na página 119. O livro não, a xerox dele. Rabiscos de "eu odeio" e "eu quero" contaminavam o rodapé.
Thaís tentou controlar sua mania de prever os atos alheios. Os eufemismos abreviados do criancinha. O impulso etílico dos amiguinhos e coleguinhas - todos devidamente diminutivados e diminuídos.
Thaís narra a própria vida mentalmente quando lê romances em demasia. A vida mesma devia ser um romance. As pessoas mesmas - e todas, sem exceção - deviam viver romances. De literatura e de cinema. Final feliz não devia ser clichê.
Abriu o Word e começou a monografia. Digitou com fervor idem's, apuds e ipsis litteris.
"Eu sou uma citação?"
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3 comentários:
cut here
ps: finais felizes só são clichês em romances; na vida eles são TÃO raros, né?
Minha vida é um filme do Almodovar: colorido e estranho.
A moda hoje na arte é final trágico.
Não quero finais felizes, quero que nunca acabe a felicidade.
bjo.
Finais felizes não são clichês... Ultimamente os finais tristes estão mais clichês que os felizes.
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