domingo, 12 de abril de 2009

Tão somente.

Thaís fechou a porta e abriu o livro na página 119. O livro não, a xerox dele. Rabiscos de "eu odeio" e "eu quero" contaminavam o rodapé.
Thaís tentou controlar sua mania de prever os atos alheios. Os eufemismos abreviados do criancinha. O impulso etílico dos amiguinhos e coleguinhas - todos devidamente diminutivados e diminuídos.

Thaís narra a própria vida mentalmente quando lê romances em demasia. A vida mesma devia ser um romance. As pessoas mesmas - e todas, sem exceção - deviam viver romances. De literatura e de cinema. Final feliz não devia ser clichê.
Abriu o Word e começou a monografia. Digitou com fervor idem's, apuds e ipsis litteris.

"Eu sou uma citação?"

3 comentários:

Anônimo disse...

cut here


ps: finais felizes só são clichês em romances; na vida eles são TÃO raros, né?

Dan. disse...

Minha vida é um filme do Almodovar: colorido e estranho.

A moda hoje na arte é final trágico.


Não quero finais felizes, quero que nunca acabe a felicidade.


bjo.

Lucas Conrado disse...

Finais felizes não são clichês... Ultimamente os finais tristes estão mais clichês que os felizes.