quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Guerra dos sexos

Às leitoras: "Bigamia é ter um marido em excesso. Monogamia também." - do livro Medo de Voar, da Erica Jong.

Aos machistas egocêntricos do meu Brasil varonil: veremos, veremos...


Perdoem-me, exceções à regra. Eu não ignoro vossa existência.
[no auge do meu ódio da cara-de-pau masculina]

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

02:08 - Chá com biscoitos

Ontem de noite fiz uma festa aqui em casa. Desculpe se não chamei você, leitor, mas é que decidi de última hora, entende? Já eram duas e pouca da manhã quando me veio a idéia. Um tanto tarde para uma festa inusitada, eu sei, mas deixe-me explicar.
Tudo começou depois que assisti À Noviça Rebelde e senti-me insuportavelmente só - deixe-me frisar que eu estava sem internet. A Noviça Rebelde é um filme que anima até esqueleto de defunto, mas mesmo assim, por causa dos hormônios de fim de mês, deprimi (nem A Noviça Rebelde anima TPM). Resolvi então dar uma "reuniãozinha", e chamei todo mundo que ainda estava acordado aqui das redondezas do meu apartamento.
Preparei algumas xícaras de chá de maçã, separei um pacote de biscoito vagabundo e liguei o rádio bem baixinho. Cantei junto, quase aos sussurros, música após música. Meu quarto estava bastante vazio sem o computador, então fiquei sentada no chão, enchendo a cara de chá de maçã e refletindo sobre as desventuras da vida. Foi uma festa e tanto, gostosa que só ela! Uma pena você não ter vindo, leitor.
Por fim, como acabaram o chá e os biscoitos, despedi-me dos convidados e fui dormir. E dormi muitíssimo bem, obrigada.

Pela boa noite de sono e o fim do mau-humor, quero registrar meu agradecimento aos que se fizeram presentes na noite passada: Chico, Marisa, Elis, Arnaldo, Carlinhos e Paulinho. Vocês foram uma companhia maravilhosa!

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

O Pequeno Prícipe que me cativou

Porta da igreja, em Paraty. A cidade inteira para na frente da igreja de lampiões acesos, para ver a noiva chegando (não são permitidos carros na cidade depois de 18h).
Um menininho de cabelo castanho claro e bochechas avantajadas com um terninho bege, anda para lá e para cá atento a tudo, segurando uma garrafa de água. Essa gracinha aí era o pajem. Papai me cutuca e diz: esse é o Nathan, filho da Mônika (que é minha prima). Eu agacho e falo ao pé do ouvido dele:
-Hey, Nathan. Sabia que eu sou sua prima?
-É mesmo? Qual o seu nome?
-Thaís. Eu tenho 15 anos, e você?
-Eu tenho cinco.
-Deixa eu segurar a garrafinha pra você, depois devolvo.
-Devolve mesmo?
-Prometo.
.
Corta para o dia seguinte. Na praia, no meio do mato, eu e Hayam (mais um primo na história) conversávamos sobre nossas experiências de mergulho. Nadávamos numa região de uns dois metros de profundidade, um tanto longe da costa. Nathan grita:
-PRIMA, NÃO ME DEIXA AQUI SOZINHO!
-Não vou deixar. Quer vir no meu colo?
-QUERO!
-Vem cá. - pego o menino no colo
-Prima, eu te amo.
-Ora, eu também te amo. Você é o menininho mais fofo que eu já vi!
-Eu faço tudo que você pedir! Até lavo louça, até limpo o banheiro...
-Hahaha, então não precisa se preocupar. Nunca vou pedir uma coisa dessas pra você.
Nathan me abraça forte e me dá um beijo estalado na bochecha.
Sorrio pra ele.
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Corta para a subida da trilha. Mata cheia de miquinhos. Eu subo a passos largos, fazendo frente ao grupo.
Nathan estica o bracinho num gesto de cavalheirismo.
-Pode passar, prima. Eu sou cavalheiro, sempre deixo as damas irem primeiro.
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Corta para a noite, num restaurante à luz de velas com show de MPB ao vivo. O menininho de cabelos castanhos e bochechas avantajadas está de cabeça baixa, ajeitando a capa do seu super-homem, com um bico deste tamanhão.
-Que foi, Nathan? Tá com sono?
-Tô.
-Deita aqui no meu colo.
Ele deita, ainda emburrado, e fala:
-Amanhã a gente vai embora. Eu não vou mais ver você.
-Vai sim. Você vai lá pra casa.
-Mamãe num vai deixar. Ela disse que é longe.
-Ué, dorme lá.
-Mesmo?
-Mesmo.
-Eu gosto muito muito muito muito muito de você.
-Eu também gosto muito muito muito muito de você. Você é um príncipe encantado em miniatura!
-Sou?
-É sim.
-Então você é uma princesa grande!
-Sou nada. Só você que acha.
-Mas eu acho. De verdade. -e ele dá um beijinho na minha mão. depois vira pro outro lado e dorme.
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Essa confiança extrema e fácil de se conseguir, essa sinceridade cabal, essa inocência imaculada...essas só as crianças têm.
Pena que não exista a Terra do Nunca.