domingo, 31 de dezembro de 2006

Adeus ano velho, feliz ano novo.

Vou escrever algo aqui que tem tudo a ver, mas não é de minha autoria:

"Quem teve a idéia de contar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a chegar ao limite da exaustão. Doze meses dá pra qualquer ser humano cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante será diferente"
[C. Drummond de Andrade]
Apesar de achar que não é de uma hora pra outra que essa bosta vai virar adubo, desejo a todos vocês um feliz ano novo e que tudo se realize no ano que vai nascer.
Aos que não gostam de reveillón, pensem que podia ser pior. Vocês podiam estar em Ipanema vendo o show do Black Eyed Peas com um monte de sovacos mau-lavados se esfregando em você (n).

Bem, estou perdendo o fio da meada. O que importa é a esperança, não é mesmo?
Aproveitem a noite e não encham a cara.
E boa sorte em 2007. Afinal, estamos todos necessitados.

sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

Tudo enquadrado

No atual estado de calamidade carioca, me sinto um pouco insensível por escrever banalidades. Porém, convenhamos, do que adiantaria uma dissertação sobre a segurança nacional? Esta eu resumo em duas palavras: mal-remunerada e ineficaz.
E o leitor pergunta: Se não vai falar sobre a história do tráfico brasileiro, por que está escrevendo?
-Calma, leitor. É só vontade.
-Vontade? Você não tem coração?
-Tenho, justamente por isso não quero falar no assunto.
-Então, sobre o que vai falar?
-Que tal sobre o pôr-do-sol maravilhoso que presenciei no meu último dia de paz e tranqüilidade de 2006?
-Ah, pode ser. Já que não tenho muitas opções do que fazer mesmo, vou continuar lendo.
-Agradecida. O fato é que ler um livro (ótimo, por sinal) sentada em um balanço do parque Tom Jobim enquanto o sol desaparecia na Pedra da Gávea e deixava um rastro de luz alaranjada nas águas da Lagoa Rodrigo de Freitas é realmente uma experiência única. Um momento de paz, de integração entre você, o livro e os quadros do artista que prefiro não nomear - Deus, Allah, Buda, Gaia ou Inti?. Só me pergunto se Ele está ocupado demais criando pinturas romancistas como essa - da qual não reclamo - para ver que o fovismo humano já está há tempos transformado em expressionismo e coloca toda Sua obra de arte em perigo. Cá estamos nós, trancados em casa, à espera de algo que faça sentido. Algo que nos ilumine assim como o Sol iluminou a Lagoa ontem a tarde. Algo que finalmente ponha tudo em seu eixo.
- Um milagre?
- Eu diria uma esperança.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

Calor, pingüins e romãs.

A cidade ferve num dos dias mais quentes do ano. Em algum lugar do mundo, as geleiras derretem. Enquanto isso, meu vizinho escuta funk.
Sempre que o calor do Rio de Janeiro bate recordes eu tenho a impressão de sentir meu cérebro mais lento. Não é uma boa hora para escrever nem pra conversar, acabo falando mais do que deveria e descontando nas pessoas a minha volta, mas ficar sem ventilador (o meu pifou) num calor de 40ºC e escutando "Tremendo Vacilão" está me tirando do sério. Tenho vontade de escrever, mas o máximo que conseguirei serão palavras desconectas e vazias. É o calor, minha gente, é o calor.
Enquanto nós, pobres mortais, fritamos nessa cidade até o fim do verão, a Gabi vai para a Patagônia. Sorte a dela, não é mesmo? Além de conhecer alguns pingüins (animais muito simpáticos, diga-se de passagem) e brincar na neve, terá a chance de conhecer o frio antes que ele deixe de existir. Afinal, o aquecimento global está assustador. Imaginem que daqui a alguns anos o verão será mais quente. Isso mesmo, mais quente que hoje, ontem e anteontem. Não é pavoroso? Imaginem agora que, com esse calor todo, pingüins não sobreviverão. Um mundo sem pingüins é terrível! Aquelas aves adoráveis que parecem trajar roupas de festa, escorregam de barriga no gelo e andam de forma gozada estão correndo sérios riscos de virar lenda.
E com a Gabi viajando para o gelo, eu vou acabar ficando em casa até o ano que vem. Assim sendo, mal posso esperar pelo fim do verão e o início de 2007. Curiosamente, embora não goste de Natal, adoro anos novos. Sinto que há toda uma página em branco para ser escrita e tenho esperança de que as coisas irão melhorar. Quem sabe até lá já tenhamos consciência ecológica e, talvez, realizaremos o desejo que fizermos ao morder a romã e comer as uvas na meia-noite do dia primeiro.

Pelo andar da carruagem, desejarei paciência.

terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Enquanto isso, à uma da matina

"-Por que existe maldade?
-Hum...pra valorizarmos a bondade.
-Eu ia preferir que só tivesse bondade.
-Todo mundo ia. Mas pensa bem, um mundo perfeito não seria assustador? Tudo tão lindo, tão maravilhoso, que você teria medo de estragar a ordem das coisas.
-É mesmo....mas o que a gente faz com essa maldade no mundo?
-Você faz a sua parte tentando ajudar os outros, não magoando ninguém. Como você é humana, às vezes vai errar, mas vai perceber e pedir desculpas se achar que deve. Ser mau de vez em quando faz parte da vida.
-E se alguém me fizer mal?
-Você supera. O importante é pensar sempre em você, no que você sente, mas sem esquecer que os outros também têm sentimentos.
-Mas Thaty, isso é tão difícil!
-Eu sei, Carol. Eu sei."

domingo, 17 de dezembro de 2006

Pensamentos aleatórios

Pois é, o tempo passa.

Triste é pensar que, diferente de vídeos cassetes e DVD's, não há como rebobinar a vida para assistir à mesma cena duas vezes, ou como pular aquelas partes desagradáveis.
Hoje somos felizes, amanhã insatisfeitos, logo em seguida discutimos e, arrependidos, pedimos desculpas. O orgulho besta de alguns faz com que, às vezes, seja tarde demais. Chega a hora de seguir em frente e tudo recomeça: apega-desapega, ama-desama, acostuma-desacostuma.
Tudo passa a ser novo, imprevisível e abstrato.
Quem sabe um dia a vida pare pra descansar em algum canto; o mesmo canto, as mesmas pessoas, os mesmos aromas e um mesmo rumo.

Mas, fazer o que? O tempo passa. É inevitável.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

10 coisas que aprendi com a Rosinha

1- Por mais que amemos alguém, de vez em quando estamos impacientes e acabamos rosnando e mordendo sem motivo. Se amamos de verdade, perdoamos.
2- Ao fazermos uma coisa errada, nossa vontade é de se esconder por medo das conseqüências, mas se realmente estamos arrependidos, devemos pedir desculpas.
3- As três melhores coisas da vida são: dormir quando se está com sono, comer quando se está com fome e beber água quando se está com sede.
4- Devemos sempre ser gentis com todos a nossa volta até que alguém mostre não merecer tais gentilezas.
5- Nunca devemos ignorar nossa intuição.
6- Não precisamos ter medo de deixar quem amamos ir embora. Ninguém é de ninguém.
7- Quando temos alguma deficiência, precisamos nos adptar e aprender a conviver com ela.
8- Não precisamos ter vergonha de pedir e de oferecer carinho. Se não suprirem nossa carência, é só abraçar o travesseiro.
9- Todo mundo tem medos e anseios que devem ser respeitados. O importante é lutar pra superar os traumas e realizar os sonhos.
10- O verdadeiro amigo nunca nos esquece.

domingo, 3 de dezembro de 2006

Para o meu travesseiro, com amor.

Macio, gentil, simpático e prestativo.
Aquele que nos dá colo quando estamos cansados, que nos consola ao chorarmos, que afasta o medo do escuro, que muitas vezes nos serviu de arma em uma guerra contra outros tantos.
Um travesseiro jamais lhe negará um abraço, mesmo não tendo braços para abraçar-te em retorno.
Podemos ignorá-lo e abandoná-lo entre lençóis e edredons, mas um dia voltaremos a ele, e este continuará a ser o companheiro de sempre. Às vezes o emprestamos e ele vai, obediente, servir a outro, que pode simplesmente o rejeitar. Triste sina essa de travesseiro, mas ele de nada reclama - e como poderia?
Um dia fica velho, rasga daqui e dali, e nós o jogamos fora. Em seu lugar, compramos um outro mais confortável. Minha cachorra (cujo nome é Rosinha) sempre fica com os travesseiros velhos aqui de casa, e é incrível como até ela tem um carinho especial pelo seu companheiro. Não importa aonde vai, sempre carrega sua caminha consigo. Assim sou eu também: muito tempo sem ele e sinto saudades. Meu travesseiro me acompanhará até o fim de sua vida útil e, um dia, será entregue pra Rosinha. Eu comprarei um novo que, com seu carisma, me conquistará em apenas uma ou duas dormidas.
É, amigo...você não vai durar pra sempre; mas me dará a certeza de que, dentre todas coisas inanimadas que existem, você é o mais vivo.