segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Jeito carioca de ser

Saí com a minha prima numa dessas saídas que só as férias nos permitem. Havíamos marcado com alguns amigos em comum (que não foram). Em poucas horas encontramos um bando de conhecidos dela. Deste bando, seis acompanharam a gente pelo resto da noite.
Foi um daqueles dia em que você conhece muita gente intrigante, com quem dá pra bater um bom papo, mas que provavelmente você não verá outra vez. Eu tenho uma mania de imaginar como é a vida das pessoas (se são felizes, o que idealizam, o que as aflige...) e encontrei várias pessoas "para se imaginar" na noite passada: um bêbado escritor revoltado com a situação do país, um senhor que tocava Gilberto Gil no violão e fazia até os motoristas cantarem junto, uma menina alemã simpática que não parava de sorrir e de dançar, uma senhora no metrô que contava histórias de sua infância.
Pessoas como essas, misto de extroversão, simpatia e mistério, me impressionam. Em alguns poucos minutos são capazes de se tornar inesquecíveis.

O bêbado sofria pela morte da mãe.
O senhor cantava para vender pulseiras.
A menina ria para plantar sorrisos.
A senhora contava histórias para colher lembranças.

E é assim, com curtos momentos eternos, que se constrói um belo patchwork de memórias.

quinta-feira, 16 de novembro de 2006

Sei lá.

Hoje, enquanto jogava The Sims 2 parei para refletir. No jogo, todo Sim tem uma aspiração pela qual luta até o fim. É aí que eu parei e pensei: qual é a minha aspiração? Acho que eu não tenho nenhuma na vida.
Tem gente que ama música, gente que ama comida, gente que ama marca. Mais patético do que aspirar a uma marca é não aspirar a nada. E eu não aspiro a nada. É por isso que, às vezes, me vem essa sensação de vazio impreenchível, porque eu não aspiro a nada. Infelizmente, esse não é o tipo de coisa que a gente muda de uma hora para a outra. Isso nasce com a gente ou é adquirimos ao longo da vida. Bem, eu não adquiri nada até agora: não há nada pelo que eu lutaria até o fim, nenhuma convicção, nenhum desejo imutável. Estou em constante mudança, não sei nada de nada, mas sei um pouco de muito.

Talvez nós sejamos como os Sims, que não vivem sem aspirações. Ou talvez, alguns de nós, como eu, sejam capazes de viver uma vida inteira sem elas.

Odeio fazer perguntas que só poderei responder a longo prazo, por isso vou terminando por aqui. Como diria Cazuza: Ideologia, eu quero uma pra viver.

terça-feira, 7 de novembro de 2006

Diário de uma CDF

Mal começou a semana de provas e eu já não a agüento mais.
Não sei o que é pior: não agüentar mais e ter de se esforçar porque ainda não passou de ano ou não agüentar mais e ter de se esforçar mesmo já tendo passado. O primeiro é, obviamente, mais difícil. Já o segundo é muito mais cansativo.
Ontem a última página da prova de biologia tava absurda. Primeiro, veio aquela questão para transformar DNA em RNA e descobrir os aminoácidos codificados. Tudo bem, tudo bem: AUG é códon de inciação, UAA é códon de terminação.Para o resto tinha uma tabelinha.
Aí vou para a próxima questão: encontre o par de genes alelos mutantes sem o sexto par de códons (A=T).
Nesse momento, minha imaginação fertilíssima entrou em ação. Gene mutante? Lembrei de X-Men. Ri sozinha. ARGH! Concentre-se! Imaginei um gene X em meio às adeninas, timinas, citosinas e guaninas. Xisina. Ri de novo. Acabei chutando tudo.
Agora estou aqui, escrevendo um bando de besteira enquanto deveria estar estudando química.

Eu sei, eu sei.
Eu deveria estar estudando química.
E lá vou eu...